No dia 27 de maio comemora-se o Dia Nacional da Floresta Atlântica. A Floresta Atlântica é classificada cientificamente como Floresta Ombrófila Densa, popularmente conhecida na mídia como Floresta Atlântica. São aproximadamente 456 manchas verdes, irregularmente distribuídas pela costa atlântica brasileira, entre o Rio Grande do Sul (município de Torres) e o Rio Grande do Norte, que compõem a Floresta Atlântica da atualidade. Embora represente apenas 7% da floresta original que outrora cobria cerca de 100 milhões de hectares praticamente contínuos, ainda é um vasto território, equivalente ao da França e Espanha juntas. A Floresta Atlântica, com cerca de 1,5 milhão de km², estende-se praticamente por todo o litoral brasileiro. Ocorre nas encostas do Planalto Atlântico e nas baixadas litorâneas contíguas.
A Floresta Atlântica é a mais rica entre as florestas tropicais úmidas do planeta, considerada o santuário ecológico mais pródigo da Terra e corresponde a um dos ecossistemas mais ameaçados no mundo. Apresenta, de fato, números impressionantes: reúne 15% de todas as formas de vida animal e vegetal do mundo; o número de espécies de aves - mais de 650 identificadas até hoje, maior que o catalogado em toda a Europa. Em sua extensão remanescente, encontram-se cerca de 5 mil espécies vegetais, muitas ameaçadas em sua sobrevivência - palmito, canela-preta, pau-brasil, virola e braúna, por exemplo. Concentra também um dos maiores números de epífitas já catalogadas pela ciência, dentre estas, espécies que ainda não foram descritas, destacando-se raríssimas orquídeas, bromélias, pteridófitas, piperáceas, cactáceas, entre outras. É uma das regiões com maior indíce de endemismos do mundo.
Isto sem falar nas 171 das 202 espécies de animais brasileiros ameaçados de extinção - como é o caso do mico-leão-da-cara-preta, o sagüi-da- serra, o papagaio-chauá, o macuco e a jacutinga, entre outros. O Brasil está entre os sete países detentores de megabiodiversidade, uma riqueza excepcional que se concentra principalmente nas Floresta Atlântica e Amazônica. A primeira, no entanto, leva vantagens em vários aspectos. Reúne, por exemplo, 75% das espécies vegetais brasileiras, contra apenas 5% próprios da Floresta Amazônica.
Na Floresta Atlântica convivem vários ecossistemas diferentes mas integrados entre si, como a vegetação litorânea de mangues e restingas, as florestas com araucárias do Paraná, os campos sulinos ou as florestas úmidas (pluviais) ainda vistas em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Vestígios da Floresta Atlântica original, que ocupava uma área de 1,3 milhão de quilômetros quadrados, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, podem ser encontrados em 17 Estados brasileiros, do litoral ao interior. Plantações de cana-de-açúcar no Nordeste, a exploração madeireira e os grandes centros urbanos do litoral, que se alicerçaram na floresta primitiva, acabaram destruindo 93% de sua área.
A Floresta Atlântica é uma formação vegetal higrófila (de ambiente úmido), perene (sempre verde), densa (com muitas árvores por metro quadrado) e heterogênea (com muitas espécies vegetais distintas).
Em fevereiro de 1993, um novo decreto regulamentou a exploração da Floresta Atlântica. O decreto aumentou a área de dimensão da Floresta Atlântica a ser preservada, antes restrita à faixa litorânea. Ao contrário da legislação anterior, que praticamente proibia qualquer forma de utilização econômica da região, considerando a área intocável, o texto atual permite que as comunidades locais mantenham a exploração tradicional de algumas culturas por uma economia de subsistência. Além disso, prevê que os estados, municípios e Organizações Não-Governamentais (ONGs) também participem da fiscalização do ecossistema.
Deve-se ainda ser destacado que praticamente todas as formações vegetais da Floresta Atlântica foram afetadas pelo homem, inclusive em sua composição florística, e grande parte das matas remanescentes são formações secundárias. A existência de diversas espécies tipicamente Amazônicas na Floresta Atlântica, bem como algumas espécies idênticas da fauna, indicam claramente uma ligação entre as duas formações.
Também a existência de exemplares isolados de araucárias (Araucaria angustifolia) no interior das florestas ombrófilas densas, explicam-se pela ocorrência de oscilações climáticas que ocorreram no passado, fazendo com que as diferentes regiões fossem ocupadas ora por um tipo de floresta ora por outro.
As Unidades de Conservação tem o objetivo de proteger os recursos naturais, genéticos e culturais. Na área de abrangência da Floresta Atlântica existem várias Unidades de Conservação protegendo o ecossistemas e a diversidade biológica, como o Parque Nacional do Superagüi, Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba, Estação Ecológica do Guaraguaçu, Parque Estadual do Pico Marumbi, entre outras mais. A Floresta Atlântica possui 690.693,71 haz de áreas protegidas por Parques Nacionais, correspondendo 0,62 % deste bioma.
Ultimamente a Floresta Atlântica tem sido degradada através de inúmeras ameaças, dentre as quais podemos citar:
• a explosão demográfica na sua região;
• a exploração predatória da madeira;
• a extração ilegal do palmito (Euterpe edulis);
• a especulação imobiliária;
• a falta de políticas públicas ambientais concretas;
• a falta de fiscalização nas unidades de conservação, principalmente;
• a falta de conscientização ambiental da população.
• a exploração predatória da madeira;
• a extração ilegal do palmito (Euterpe edulis);
• a especulação imobiliária;
• a falta de políticas públicas ambientais concretas;
• a falta de fiscalização nas unidades de conservação, principalmente;
• a falta de conscientização ambiental da população.
O ambiente é superúmido, devido às grandes quantidades de árvores, que tornam a floresta mais fechada. O clima é tropical, com influência oceânica, com precipitação anual que varia de 1.000 a 1.750 mm. Não bastasse o fato de ser uma floresta tropical, com vários ecossistemas associados, a Floresta Atlântica teve sua diversidade biológica ainda mais ampliada pela intensidade das transformações que sofreu ao longo dos últimos anos.
Especialmente durante o período quaternário, marcado por fortes mudanças climáticas, a Floresta Atlântica viveu momentos de forte retração durante as glaciações, resistindo, fragmentada, apenas em alguns locais conhecidos como "refúgios do pleistoceno", quando as condições climáticas eram mais amenas.
O relevo é constituído por colinas e planícies costeiras, acompanhadas por uma cadeia de montanhas. Os solos são de fertilidade média, porém, a área com relevo acidentado constitui limitação forte para uso intensivo das terras com cultivos anuais. Mas no interior da floresta o solo é pobre, que se mantémpela decomposição acelerada de matéria orgânica proveniente dos restos vegetais que caem no chão.
Segundo os botânicos, a Floresta Atlântica é a mais diversificada do planeta, com mais de 25 mil espécies de plantas. O elevado índice de chuvas ao longo do ano permite a existência de uma vegetação rica, densa, com árvores que chegam a 30 metros de altura.
Destacam-se o pau-brasil, o jequitibá, as quaresmeiras, o jacarandá, o jambo e o jabolão, o xaxim, o palmito, a paineira, a figueira, a caviúna, o angico, a maçaranduba, o ipê-rosa, o jatobá, a imbaúba, o murici, a canela-amarela, o pinheiro-do-paraná, e outras. Em um curto espaço, pode-se encontrar mais de 50 espécies vegetais diferentes.
O sub-bosque, composto por árvores menores, abriga numerosas epífitas, gravatás, bromélias, orquídeas, musgos e líquens, samambaias, begônias e lírios de várias espécies. Na Floresta Atlântica, o índice de endemismo entre as palmeiras, bromélias e algumas epífitas chega a mais de 70%.
A Floresta Atlântica possui uma grande biodiversidade de animais, além de muitos que já estão ameaçados de extinção, como: a onça-pintada, a jaguatirica, o mono-carvoeiro, o macaco-prego, o guariba, o mico-leão-dourado, vários sagüis, a preguiça-de-coleira, o caxinguelê, o tamanduá. São cerca de 250 espécies de mamíferos (55 endêmicas), 340 de anfíbios (87 endêmicas), além de, aproximadamente, 350 espécies de peixes (133 endêmicas). Em conjunto os mamíferos , aves, répteis e anfíbios que ocorrem na Floresta Atlântica somam 1.810 espécies, sendo 389 endêmicas. Este bioma abriga, aproximadamente, 7% de todas as espécies do planeta.
Entre as aves destacam-se o jacu, o macuco, a jacutinga, o tiê-sangue, a araponga, o sanhaço, numerosos beija-flores, tucanos, saíras e gaturamos.
Entre os principais répteis desse ecossistema estão o teiú, um lagarto de mais de 1,5 metros de comprimento, jibóias, jararacas e corais verdadeiras. Numerosas espécies da flora e da fauna são únicas e características: a maioria das aves, répteis, anfíbios e borboletas são endêmicas, ou seja, são encontradas apenas nesse ecossistema.
Entre os mamíferos, 39% também são endêmicos, o mesmo ocorrendo com a maioria das borboletas, dos répteis, dos anfíbios e das aves nativas. Nela sobrevivem mais de 20 espécies de primatas, a maior parte delas endêmicas. Hoje, 171 das 202 espécies de animais brasileiros considerados ameaçados de extinção são originários da Floresta Atlântica.
Infelizmente, nesse cenário de grande riqueza e endemismo de espécies observa-se também um elevado número de espécies em extinção. Em alguns grupos, como o das aves, 10% das espécies encontradas no bioma se enquadram em alguma categoria de ameaça. No caso dos mamíferos, o número de espécies ameaçadas de extinção atinge aproximadamente 14%.
As principais áreas preservadas se encontram em parques nacionais, como o de Superagüi (PR), de Itatiaia (MG, RJ), da Serra da Bocaina (SP, RJ), do Monte Pascoal e da Chapada Diamantina (ambos na BA) e do Iguaçu (PR); em parques estaduais como os da Ilha do Cardoso, da Ilha de São Sebastião, da Ilha Anchieta e da Serra do Mar, do Vale do Ribeira, da Serra do Japi (todos em SP), do Desengano (RJ) e nas estações ecológicas de Tapacurá (PE), Caratinga (MG), Poço das Antas (RJ) e Juréia (SP).
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